Em 1839, os tenentes da Armada,
Francisco Maria Pereira da Silva e Caetano Maria Batalha foram nomeados para
levantar as plantas das diversas matas nacionais, tendo começado por elaborar a
planta ou Carta Topográfica do Pinhal Nacional de Leiria e seus arredores,
datada de 1841.
Para execução desta Carta do Pinhal,
os autores, ao tomarem conhecimento de todos os aspectos que diziam respeito a
esta Mata, e porque, à época, dela havia muito pouco conhecimento, elaboraram
também a “Memória sobre o Pinhal Nacional de Leiria - Suas Madeiras e Produtos
Resinosos”. Esta “Memória…”, datada de 1843, segundo os próprios autores tinha
o propósito de “Acompanhar com esclarecimentos locaes a carta topográfica do
Pinhal Nacional de Leiria (…); (e) Apresentar todos os factos e dados
necessários que possam servir de base a quaesquer melhoramentos que se julguem
necessários a esta vasta e rica matta, com especialidade no bom aproveitamento
de todos os deu produtos.”.
De entre as várias partes que
compõem esta “Memória”, a parte dedicada aos incêndios elucida-nos acerca dos
grandes incêndios que naquela época assolavam o Pinhal. Estes incêndios estão
assinalados na respectiva Carta Topográfica, estando, entre eles, o fogo de 1824,
o maior de todos. Este fogo, que ficou conhecido como a “A Grande Queimada”, consumiu
cerca de 5000 hectares (cerca de 45% do Pinhal), sendo até Outubro de 2017
considerado o maior incêndio conhecido no Pinhal do Rei. Foi este incêndio que deu
origem à designação do sítio da Queimada, onde existiu uma casa de guarda
florestal.
Repare-se na coincidência entre este
fogo de 1824 e o de 2017, tendo em conta a origem a sul do Pinhal e a direcção
atípica do vento, de sul para norte.
Excerto da parte “V –
Queimadas” da “Memória sobre o Pinhal Nacional de Leiria…”
(Annaes Maritimos e Coloniaes – Lisboa – Imprensa Nacional – 1843)
(Annaes Maritimos e Coloniaes – Lisboa – Imprensa Nacional – 1843)
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