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Araucárias no Pinhal do Rei

            No Boletim das Obras Públicas de 1860 foi publicado o que, em 1859, o Administrador Geral das Matas José de Mello Gouveia dizia a respeito de algumas experiências que se vinham a fazer no país com essências exóticas, incluindo na Marinha Grande. Entre várias espécies referia a existência de “Quatro exemplares de araucária imbricata, resto de cinquenta mandados de Inglaterra e plantadas na Marinha Grande, há cerda de catorze anos (1845), resistem à dureza do trato, porque também é rustica a sua índole, sem subirem ainda a maior de 2,30 (metros) de altura e a menor de 0,80 (metros). Para uma espécie que se eleva a 50 metros estão por ora distantes de louvor.”.
            Sem indicação do lugar na Marinha Grande onde foram plantados estes exemplares, é de supor que algumas dessas araucárias tenham sido plantadas na Mata Nacional de Leiria/Pinhal do Rei, mais propriamente no Viveiro do Tromelgo.
            No mesmo documento, José de Mello Gouveia dizia mais à frente: “Nesta ocasião só cabe mostrar, (…), a lista das plantas exóticas recentemente importadas ou criadas em viveiros que se pretendem aclimatar (…). Da lista apresentada vieram para a Marinha Grande uma casuaria indica, uma araucária brasiliensis (…)”.
            Em 1936 Arala Pinto criou um inventário das essências exóticas existentes no Pinhal do Rei, assinalando a existência de duas araucárias inbricata no viveiro do Tromelgo, com 14,7 e 14 metros de altura.
            O Viveiro Florestal do Tromelgo foi abandonado pelos Serviços Florestais em meados do século XX e destes exemplares de araucária desconheço qualquer vestígio até à data desta publicação.
            Mas, ainda acerca da existência de araucárias no Tromelgo encontrei, aqui, o seguinte texto:

            “Araucária imbricata araucana no Pinhal de Leiria
           
             Diz o senhor C. A. de Souza Pimentel no “Jornal de Agricultura e Horticultura Prática” de Janeiro de 1894, que o melhor exemplar de Araucária imbricata que existe em Portugal, encontra-se no sítio de Tromelgo, que faz parte do Pinhal Nacional de Leiria. Terá sido plantada pelo distinto naturalista Adolpho Frederico Moller, que em carta datada de 3 de Janeiro de 1894, publicada no número seguinte, esclarece que a transplantou para lá em 1862, de um caixote onde se encontrava e teria nesse ano 0,7m a 1m de altura.”


Araucária jovem no Viveiro Florestal do Tromelgo - Início do Século XX
In: Frazão, Luís Brito, 2016, Memórias de São Pedro de Muel

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