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Pinhal do Rei, primeira mata nacional de pinheiro-bravo a obter certificação?

             Um excerto do publicado no Jornal Região de Leiria em 21 de Janeiro de 2011, e publicado on line na sua edição de 26 Janeiro, dava-nos conta da cada vez maior procura de madeira certificada por parte de compradores e, portanto, da necessidade de certificação florestal da madeira proveniente de algumas matas nacionais, inclusive do Pinhal do Rei.              Decorridos quase quatro anos, gostaria de aqui poder dar notícias sobre o processo… Porém, apenas posso recordar a intenção e deixar a transcrição dessa notícia. _____________________________ Pinhal do Rei é a primeira mata nacional certificada              A Mata Nacional de Leiria, vulgarmente chamada Pinhal do Rei, vai ser a primeira mata nacional de pinheiro-bravo a obter certificação. O Estado espera valorizar a madeira ali produzida, que rendeu 1,8 milhões de euros por ano, em média, na última década.             “Há carência no país de madeira certificada”, disse anteontem o secretário de

Lenhas do Pinhal do Rei concedidas à indústria vidreira

            Durante muitos anos usou-se a lenha como combustível nas fábricas de vidro, razão pela qual as grandes fábricas se situavam normalmente junto das grandes florestas.             No século XVIII, existia já, a sul do Rio Tejo, na antiga vila de Coina, a Real Fábrica dos Vidros da Coina, cuja lenha para funcionamento dos fornos vinha da zona florestal constituída pelo antigo Pinhal de Vale de Zebro e pela Quinta da Machada, hoje em dia designada Mata Nacional da Machada. Em meados do século, problemas de vária ordem terão inviabilizado e levado ao encerramento a Real Fábrica dos Vidros da Coina sendo que, por certo, entre esses problemas, estaria a ameaça de falta de madeira e lenha dado o grande consumo dos seus fornos, o que inviabilizaria a sua continuação e levaria, também, a própria cidade de Lisboa a uma eventual falta destes produtos, que tanta falta faziam à sua população.             Assim, o Administrador Geral John (João, como por cá é conhecido) Beare (um irl

O Observatório Astronómico Pinhal do Rei

           Existe no local conhecido como Alto dos Picotos, junto aos, ainda visíveis, vestígios da antiga Casa de Guarda da Queimada, no talhão 300 do Pinhal do Rei, um observatório astronómico que ali funcionou durante alguns anos e que, nos dias de hoje, se encontra abandonado.             Construído no âmbito do projecto UCROA (unidade de Controlo Remoto de Observação Astronómica), levado a cabo pela ANOA (Associação Nacional de Observação Astronómica), fundada em 1995 por um grupo de astrónomos amadores da Marinha Grande, que, mais tarde, resolveram associar-se em torno de um projecto que denominaram RNOA (Rede Nacional de Observação Astronómica), este observatório foi inaugurado em 5 de Agosto de 2000.             A escolha do local para implantação deste observatório deveu-se ao facto de o local ser um dos pontos mais altos do Pinhal do Rei, possibilitando a observação de grande parte do horizonte. Por outro lado, a proximidade de linhas telefónicas, de energia eléctric

A Fábrica dos Franceses

            Lembro-me de em criança ir algumas vezes para a brincadeira, com amigos daquela época, para a fábrica dos franceses.             Vivia nesse tempo na zona do Casal de Malta e o dito lugar de brincadeira ficava para lá (a sul) do Pinhal da Feira, assim chamado por ali se realizar mensalmente uma feira de gado, porcos. Era a feira dos porcos.             Depois de atravessado o pinhal, atravessava-se também o caminho-de-ferro do oeste, a “linha do comboio” como nós dizíamos, apanhando-se depois um antigo carreiro em direcção a Este.             Bem rápido chegávamos ao local, pois não era longe dali. Sei hoje que aquela zona fora outrora conhecida como Pinhal dos Cortiços. Era uma zona muito frondosa, com grandes árvores e muitas plantas, onde proliferava a cana-da-índia que nós usávamos nas nossas brincadeiras.             Já em ruínas, havia um enorme palacete, residência do administrador da fábrica, que nós visitávamos e que tinha uma cave onde alguns dos meus am

Não há fumo sem fogo

            “O acesso às estradas no interior da Mata Nacional poderá vir a ser fechado ao público. De acordo com Álvaro Pereira, presidente da Câmara da Marinha Grande, o município já foi “ameaçado” de que poderiam regressar as “trancas” que em tempos impediram o acesso público às vias que atravessam a mata.             Na Assembleia Municipal, questionado sobre o mau estado daquelas vias, Álvaro Pereira explicou que o município tentou recentemente que fosse definida qual pode ser a sua ação na melhoria das estradas florestais. “Disseram-nos que não se pode fazer nada”, explicou.             Sem nunca se referir diretamente ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entidade responsável pela zona florestal, Álvaro Pereira revelou ainda que “já ameaçaram que colocariam de novo as trancas que já existiram”.             Muito embora sejam frequentes as queixas sobre o mau estado das vias, a verdade é que “para eles as estradas estão boas, pois só querem tirar

As Mamas da Rainha

            Existe no Pinhal do Rei um local conhecido por Mamas da Rainha. Caracterizado por duas grandes dunas de forma arredondada, este local situa-se nos talhões 140 e 156 no enfiamento do Aceiro I ou da Cova do Lobo, que se interrompe ao encontrar tão abruptas dunas, prosseguindo, mais à frente, após estas. Também a estrada florestal coincidente com este aceiro, que se inicia junto ao Aceiro Exterior no lugar da Cova do Lobo , ao chegar a estas dunas as contorna, deixando-as à esquerda, prosseguindo depois até ao lugar do Samouco.             As Mamas da Rainha ficam mesmo ao lado de outra grande duna que, situada no talhão 139, é bastante mais conhecida, pois foi durante várias décadas do séc. XX um ponto de exploração de areia para construção civil e fabrico de vidro. Esta areia era conhecida como “areia do I”, por a sua extracção ser feita perto deste aceiro.             Sobre a origem do nome deste local e destas duas dunas, juntas e arredondadas, diz a lenda, segundo J

A Serração de Pedreanes

            Em 1952, para um plano de construção e renovação de edifícios, o Estado pediu aos Serviços Florestais grandes quantidades de madeira de boa qualidade.             Para melhor seleccionar, trabalhar e controlar a madeira fornecida, foi decidido construir uma grande serração nos próprios Serviços Florestais. Esta foi montada em Pedreanes, nesse mesmo ano, e trabalhou exclusivamente durante muitos anos para os Serviços Florestais de todo o País. Nos últimos anos da sua laboração foi aberta a venda a particulares fornecendo madeira da melhor qualidade, tratada e trabalhada.               Encerrou por volta dos últimos anos do passado Século.              Na fotografia que tive oportunidade de tirar em 2002, representando o seu interior, ainda era visível no solo a malha de barrotes que constituía o parque de secagem, sobre a qual assentavam as madeiras trabalhadas conforme se vê na fotografia dos anos 50 do passado século aqui reproduzida. Essa malha de barrotes foi mai

Árvore de interesse público na Ponte Nova

            O pinheiro bravo é largamente a espécie predominante no Pinhal do Rei (Mata Nacional de Leiria) mas, para além do pinheiro bravo e de alguns núcleos de pinheiro manso, existe uma grande variedade de outras espécies, quer sejam arbustos de geração espontânea ou grandes árvores exóticas, plantadas em várias épocas para alindar o Pinhal ou para estudos botânicos.             Nas margens do Ribeiro de Moel podem ser observados exemplares raros de carvalhos, faias e amieiros, plantados em 1950 para alindar a estrada paralela ao ribeiro, entre a Ponte de S. Pedro e o Canto do Ribeiro (na Praia Velha).             Na zona da Ponte Nova encontram-se alguns eucaliptos gigantes, com mais de 50 metros de altura (dos maiores da Europa), e altíssimas acácias, raras em Portugal. No maciço de eucaliptos situado no talhão 247, encontra-se um exemplar que, pelas suas dimensões, está classificado como árvore de interesse público desde 1997.             Em 2010, quando foi medido, est

O antigo Ponto de Vigia da Boavista

            Para relembrar um pouco da história da instalação dos pontos de vigia no Pinhal do Rei temos de recuar até finais do Século XIX, quando Bernardino Barros Gomes mandou instalar os primeiros Pontos de Vigia. Inicialmente, estes Pontos eram pequenas barracas de madeira com torres anexas nos sítios mais altos do Pinhal: Facho , Ladeira Grande, Crastinha e também no Edifício da Resinagem . O Ponto de Vigia da Boavista         Alguns anos mais tarde foram reconstruídos os Pontos da Ladeira Grande e da Crastinha (por a madeira estar a apodrecer) e também o do Facho (por estar mal construído).             Nesta reconstrução, estes Pontos passaram a ser constituídos por altas armações em ferro, em cujo topo, rodeado por uma varanda, estava o posto de vigia.             Já no Século XX, concretamente a partir de 1936, os Pontos do Facho e Crastinha foram reconstruídos em cimento armado, por projecto do Eng.º Mário Amaro Santos Galo, sendo o Ponto da Ladei