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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2013

Acerca dos Guardas-florestais

            “Se a agricultura, as pastagens e as guerras levaram o homem à destruição das florestas, três causas de capital importância – a construção naval, a caça, as ferrarias – o forçaram a olhar pela sua conservação e desenvolvimento.”             O zelo pela floresta foi uma missão desde sempre atribuída aos guardas florestais que já em 1605 eram em número de 24 no Pinhal de Leiria. Couteiros que ao longo dos anos viram as suas atribuições tornarem-se mais abrangentes, requerendo, para um bom desempenho do cargo, conhecimentos técnicos específicos que ultrapassavam as funções de simples polícia.             Ao guarda florestal era-lhe exigido um conjunto de conhecimentos sobre espécies florestais, sementeiras, plantações, viveiros, colheitas, formação e fixação das dunas, principais ameaças para o pinhal, medidas preventivas e de combate a incêndios, exploração florestal, agrimensura, polícia e fiscalização, entre outros. Participava activa e decididamente em todas as grand

Casa de Guarda da Cova do Lobo

            Para demarcar todo o Pinhal do lado de terra (Norte, Sul e Este) e também como forma de prevenir que fogos exteriores ao Pinhal Real não passassem para dentro deste, foi criada, no tempo do Marquês de Pombal, uma faixa de terreno em volta do Pinhal com 22 metros de largura e sem qualquer vegetação, a que veio a chamar-se Aceiro Exterior ou Aceiro Geral .             Mais tarde, em 1790, para aumentar a segurança e o controlo de entradas e saídas do Pinhal, o Ministro da Marinha Martinho de Melo e Castro mandou abrir uma vala com 2 metros de profundidade e 1.5 metros de largura que circundava todo o Pinhal acompanhando o Aceiro Exterior e deixando apenas 4 passagens controladas por guardas. Aí foram construídas casas onde os guardas passaram a viver com as suas famílias. Uma dessas primeiras passagens foi aberta no sítio da Cova do Lobo, topónimo cuja origem desconheço.             O sítio da Cova do Lobo situa-se na fronteira Este do Pinhal, junto ao Aceiro Exterior,

Marco oitavado no Pinhal do Rei

            Sabia já da existência de marcos oitavados no Pinhal do Rei, porém, tenho de confessar, que, até há bem pouco tempo, nunca tinha visto nenhum.             Foi em mais uma das minhas incursões pela nossa Mata, ali perto do Ponto da Crastinha que, ao passar junto ao Aceiro F, reparei num marco, junto à estrada, que me pareceu estranho. Ao aproximar-me verifiquei que realmente se tratava de um dos famosos marcos oitavados, isto é, de secção octogonal.             Já depois desta ocorrência, em mais uma sessão de observação de borboletas nocturnas, organizada pelo amigo Carlos Franquinho , tive a oportunidade de, entre os presentes, conversar sobre este marco e sobre a existência de outros idênticos na Mata. Acontece que os amigos presentes estavam um pouco como eu antes de ter encontrado o dito marco, isto é, tinham já ouvido falar ou visto em algum lado mas nunca tinham visto nenhum.   É claro que, dada a proximidade a que estávamos do dito marco, imediatamente, lhe fi

A Quinta-Feira da Ascensão ou Dia da Espiga

            A comemoração do feriado municipal no Concelho da Marinha Grande fez-se durante muitos anos a 26 de Março, dia em que, em 1917, após a restauração do Concelho, tomou posse a nova Comissão Instaladora.             Porém, na Marinha Grande, havia já a tradição de comemorar O Dia da Espiga que, pertencendo ao Calendário Cristão, ocorre 40 dias após o Domingo de Páscoa. Esse dia era comemorado pelos vidreiros, sector industrial dominante à época, mas, também, pelo comércio, sendo feriado e dia de descanso, tradicionalmente assinalado com grande festa no concelho.             Assim sendo, a partir de 1964, por decisão da Câmara Municipal, o feriado municipal do nosso concelho passou a ser assinalado nesse dia.             Reunindo-se em grupos familiares ou de amigos, a população desloca-se ao Pinhal do Rei para a realização de piqueniques, de cuja ementa fazem parte os pastéis de bacalhau ou o tradicional coelho com ervilhas, sempre acompanhados de um bom vinho. Mas, ma

Aviso à população

A Fonte da Felícia

            O Vale da Felícia, situado entre as abruptas vertentes do Ribeiro de S. Pedro de Moel, é um dos locais ideais para a realização de piqueniques, passeios pedestres e de bicicleta.             Diz a lenda, segundo José Martins Saraiva em “Lendas do Pinhal do Rei”, que, a fonte poderá ter sido a origem do nome do local.             A história remonta ao tempo de D. Dinis quando, o Príncipe Afonso, depois de beber da sua água e ter ficado encantado com a sua leveza e frescura, teria perguntado a sua mãe o nome daquela fonte, ao que a Rainha Santa, lembrando-se, talvez, de algum momento de felicidade, respondeu: - É a fonte da Felícia, meu Príncipe!             Sendo um dos recantos mais calmos do Pinhal, este local, com sua fauna e flora, é, naturalmente, também de muita importância, uma vez que constitui uma área de grande biodiversidade.             Acontece que o temporal do passado dia 19 de Janeiro também por aqui fez estragos, deixando quase irreconhecível o lug

O Dia do Trabalhador no Pinhal do Rei

            A comemoração em Portugal do Dia Mundial dos Trabalhadores, fortemente reprimida durante a ditadura do Estado Novo, só a partir de 1974, ano da revolução do 25 de Abril, voltou a ser livremente comemorada no primeiro dia de Maio de cada ano, passando este dia a ser feriado.             Comemorado por todo o país, sobretudo com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo, promovidas pelas centrais sindicais, também na Marinha Grande se tem comemorado o Dia do Trabalhador.             Recordo perfeitamente a enorme afluência de Povo que, no ano de 1976, afluiu às comemorações do Dia do Trabalhador no grande recinto das eiras de Pedreanes para a celebração desta enorme festa na Marinha Grande.             Na fotografia, abaixo reproduzida, pode ver-se, ao fundo, já do outro lado da estrada, o antigo barracão de recolha de material do caminho-de-ferro florestal ( Comboio de Lata ) e o antigo depósito de água que abastecia todo o Bairro Florestal de Pedre