Era na casa de S. Pedro de Moel,
sobranceira ao mar, que Afonso Lopes Vieira passava longas temporadas
escrevendo os seus poemas.
Dada a proximidade existente entre a
casa e o Pinhal do Rei, a grande Mata, a “Catedral Verde e Sussurrante” como o
Poeta viria a chamar-lhe, inspirá-lo-ia na escrita de alguns dos seus poemas.
Aqui fica um exemplo:
Flores do Verde Pinho
Oh meu jardim de
saudades,
verde catedral marinha,
e cuja reza caminha
verde catedral marinha,
e cuja reza caminha
pelas reboantes
naves…
Ai flores do verde
pinho,
dizei que novas
sabedes
da minha alma, cujas
sedes
a perderam no
caminho?
Revejo-te e venho
exangue,
longo jardim da
saudade
que me puseste no
sangue.
Ai flores do verde
ramo,
dizei que novas
sabedes
da minha alma, cujas
sedes
a alongaram do que eu
amo?
-A tua alma em mim
existe
e anda no aroma das
flores,
que te falam dos
amores
de tudo o que é lindo
e triste.
A tua alma, com
carinho,
eu guardo-a e deito-a
a cantar
das flores do verde
pinho
àquelas ondas do mar.
Afonso Lopes Vieira
Painel de azulejos na Casa Museu Afonso Lopes Vieira
Amália Rodrigues
cantou “Flores do Verde Pinho”
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