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A Fonte das Canas

            Andava já há muito tempo intrigado acerca da existência, ou não, em nossos dias, da Fonte das Canas no Pinhal do Rei.
            Referenciada por vários autores em publicações acerca do Pinhal do Rei, esta fonte aparece, também, no mapa de 1940 do Pinhal, mais propriamente no talhão 144, local, hoje em dia, por nós conhecido como Samouco ou Olho do Samouco.
            Havendo nesse local uma fonte, de início tudo me levava a crer que se tratasse dessa mesma fonte, talvez reconstruída, uma vez que aparenta ser de construção mais ou menos recente.
            Porém, mesmo depois de ter inquirido inúmeras pessoas acerca deste assunto, continuava confuso, pois falava-se também de uma outra fonte, conhecida por Fonte dos Morangos, e, se uns garantiam a existência de apenas uma fonte, sendo a Fonte das Canas e a Fonte dos Morangos a mesma coisa, outros garantiam a existência das duas em simultâneo, sendo a Fonte dos Morangos um pouco a Norte da Fonte das Canas. Mas existiriam uma e outra ainda hoje? E a fonte no Olho do Samouco?
            Discutindo um dia este assunto numa das redes sociais da Internet, surgiu um pouco de luz. Alguém disse que, garantidamente, dito por pessoa muito conhecedora deste local, a Fonte dos Morangos já não existia há muitos anos e a Fonte das Canas ainda existia, um pouco abaixo da fonte construída no lugar do Samouco e cujo nome desconheço.
            Decidi então ir à descoberta e pôr-me ao caminho.
            Assim sendo, e depois de saciada a minha curiosidade, venho hoje apresentar aos leitores deste Blog, à volta do tema “Pinhal do Rei”, justamente o resultado dessa experiência.
            Desconhecendo por completo o que iria encontrar, sabia, no entanto, que deveria tomar um caminho perto do lugar do Samouco e que, não muito longe dali, deveria deixar esse caminho e virar à esquerda seguindo por outro.
            Depois de cerca de uns cinco minutos a caminhar, devagar, apreciando a belíssima paisagem que nos oferece esta zona, deparo-me, à esquerda do caminho, com uma clareira na floresta, onde o solo, muito verde, totalmente coberto de musgo e repleto de cogumelos, indicava por certo a presença de água nas proximidades. Atravessada a clareira, deparo-me com uma velha mesa de madeira com bancos corridos e montada em sítio estratégico à sombra do arvoredo, alvitrando a hipótese de, em tempos, ali terem ocorrido grandes patuscadas. Aproximei-me um pouco e… lá estava ela: a Fonte das Canas, cuja nascente, um pequeno buraco na terra, se situa a cerca de dez metros, mesmo por baixo da velha mesa.
            Esta primitiva fonte, em nada parecida com as fontes vistas em outros locais da Mata, é constituída apenas por uma pequena represa, feita no regato, logo após a nascente, e onde foi colocado um pequeno tubo por onde corre límpida a preciosa água.

Paisagem sobranceira à nascente da Fonte das Canas

A nascente da Fonte das Canas



A Fonte das Canas

Comentários

  1. Ainda bem que conseguiu dar com a fonte, parece-me que as indicações não foram muito más :-) Fico bastante satisfeito por ter dado uma pequena ajuda a este MARAVILHOSO blog. Continue com o excelente trabalho que aqui tem desenvolvido.

    Fernando Henriques Correia

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    1. Obrigado amigo Fernando!
      Foi isso mesmo. Acabou por ser muito fácil dar com ela.
      Cumprimentos.

      JM Gonçalves

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  2. Trabalho interessantíssimo, como aliás todas as outras publicações. Obrigada por tudo o que vamos aprendendo consigo! :)

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    Respostas
    1. Muito obrigado Ivone Santo!
      Na verdade, eu também estou a aprender.

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  3. Conheci este blog hoje. Muitos parabéns ao autor. Como ferveroso apaixonado do "nosso" pinhal, é com enorme satisfação que exploro estes textos e fotografias soberbas. Curiosamente já conhecia esta fonte há já alguns anos, onde já tive a ocoasião de fazer uns piqueniques de família. Está ainda um pouco desprezada,(como muitas outras coisas na mata) mas se calhar acaba por ser a melhor maneira de se manter por muitos anos. A. Costa

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