No início dos anos 40 do século
passado, falando da vida social das famílias marinhenses ligadas ao Pinhal do
Rei, ou que de lá retiravam algum acréscimo aos seus rendimentos mesmo quando
ligadas a outras fontes de rendimento como a indústria do vidro, Arala Pinto no
seu livro “O Pinhal do Rei” diz-nos a dada altura:
“A vida destas famílias é feita
ainda pelo somatório do trabalho de cada um dos seus membros. O homem foi para
a fábrica acompanhado do filho de 13 anos (…). O filho de onze anos foi para o
pinhal derrubar lenha, a mãe ficou em casa a cuidar da alimentação do porco. A
filha de 15 anos irá à tarde com a carrocita do burro ou com o carro da vaca
carregar a lenha que o seu irmão foi derrubando durante o dia, subindo a
pinheiros de 30 metros de altura e com um pequeno podão cortar em cada árvore
uma ou duas braças secas. Essa lenha ou é para consumo caseiro ou vai ser
vendida, na casa do comerciante, do operário, ou na fábrica.
Não havendo crise, laborando toda a
colmeia familiar, juntam-se no fim da semana as migalhas de todos que dão
fartura, dão alegria. ”
Rapaz derrubando
lenha no cimo do pinheiro
In: Pinto, A. A.,
1941, “O Pinhal do Rei. Subsídios”
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