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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2012

António Arala Pinto

            Nascido na Ribeira, Ovar, a 13 de Outubro de 1888, formou-se em Engenharia Silvícola pelo Instituto Superior de Agronomia. Foi colocado na 3ª Circunscrição Florestal (Mata de Leiria), em 1922, sendo nomeado chefe da Circunscrição em 1927.             Notabilizou-se não só pelo seu trabalho dentro do Pinhal, que alindou e desenvolveu, como também por escritos relativos às Matas, à indústria vidreira e a problemas sociais. Foi durante a sua administração que se realizaram obras importantes, como a sementeira das dunas a sul da Senhora da Vitória (Paredes), em 1927; o estudo de novos processos de resinagem, em 1933; a construção de novas estradas, num total de 70 Km, entre as quais a famosa Estrada dos Vidreiros; a construção de caminhos e trilhos para facilitar a deslocação dos guardas em bicicletas (que ele conseguiu obter); a construção de várias fontes e poços; e renovação dos pontos de vigia; a transformação do Viveiro do Tromelgo, e a implantação do comboio de lata.

A Fonte de S. Pedro de Moel

            Rico em lençóis de água, o Pinhal do Rei possui ainda hoje um conjunto de fontes construídas pelos Serviços Florestais a partir de 1909. Nestas fontes matavam a sede os trabalhadores e os animais que no Pinhal laboravam.             A Fonte de S. Pedro de Moel, construída pela Administração das Matas a pedido de uma comissão de moradores e alguns frequentadores, constituiu, na altura, um melhoramento assinalável para esta praia.             Potável e de muito boa qualidade, a água vinha canalizada directamente da nascente situada no vale ali próximo.             Construída no talhão 304, esta fonte foi construída em 1911 sendo renovada em 1917 quando se substituiu a tubagem inicial e se procedeu à instalação do actual fontanário em pedra lioz.             A água, vinda da nascente, jorrava permanentemente mas, nos anos 80 do séc. XX, a fonte passou a ser abastecida por água da rede pública, por razões de segurança sanitária. A inscrição na fonte de S. Pedro

O Ciclone de 1941

            Em 15 de Fevereiro de 1941, um grande ciclone derrubou no Pinhal do Rei cerca de 165 000 árvores, entre as quais grande quantidade de espécies exóticas, raras e seculares.             A queda de tão grande quantidade de árvores obstruiu a grande maioria das estradas e deixou o Pinhal de tal forma emaranhado que a recuperação dessas árvores demorou anos a fazer-se.             Sabe-se que as 165 000 árvores foram transformadas em 96 114m³ de madeira serrada e 30 000 esteres de lenha para os fornos do vidro. Para armazenar a madeira foram construídos grandes armazéns na Marinha Grande e em Coimbra, para onde foram enviadas as melhores madeiras, destinadas à Direcção dos Serviços dos Monumentos e Edifícios Nacionais. Efeitos do ciclone de 1941

O Aceiro Exterior e a Grande Vala

            Este aceiro foi aberto no tempo do Marquês de Pombal. Trata-se de uma faixa de terreno em volta do Pinhal, inicialmente com 22 metros de largura e sem qualquer vegetação. Para além de demarcar todo o Pinhal do lado de terra (Norte, Sul e Este), tinha também a função de prevenir que fogos exteriores ao Pinhal Real não passassem para dentro deste.             Como medida preventiva, o Guarda-Mor era obrigado a percorre-lo, verificando se o mesmo estava limpo de qualquer matéria orgânica que pudesse alimentar um eventual incêndio, limpando-o se fosse caso disso.             Esta faixa, inicialmente com 22 metros, tem hoje 20,5 metros de largura, depois de, em 1790, como medida de segurança e controlo de entradas e saídas do Pinhal, o Ministro Martinho de Melo e Castro ter mandado abrir uma grande vala com 2 metros de profundidade e 1.5 metros de largura que, acompanhando este aceiro, circundava todo o Pinhal, deixando apenas 4 passagens controladas por Guardas.